Vale do Itata
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Tudo bem se você nunca ouviu falar nesse nome. Mas depois de conhecê-lo, talvez você nunca mais o esqueça...
O Vale do Itata, no sul do Chile, é uma das regiões vinícolas mais antigas daquele país, talvez a primeira delas, na verdade. As primeiras videiras chegaram nessa região por volta de 1550, junto com os primeiros colonizadores.
Ao longo dos séculos, o Vale do Itata foi o grande produtor de vinhos chilenos, mas a partir de meados do século 20, a história mudou, e atualmente, o Vale do Itata responde por mais ou menos 8% da produção de vinhos do país, com cerca de 11.000 hectares de vinhas, e onde atuam aproximadamente 1.600 produtores.
O que se vê, de uns anos para cá, é um “redescobrimento” dessa região. Se antes ela era focada em quantidade, agora seu foco está totalmente voltado para a alta qualidade de sua produção.
E as condições impostas, ou oferecidas, pela natureza, não podiam ser mais favoráveis: clima mediterrâneo, baixas temperaturas (mesmo no verão, não é extremamente quente), solo bem drenado e muita exposição à luz solar. O resultado são uvas que favorecem a produção de vinhos com maior frescor e acidez mais pronunciada.
Originalmente, o Vale do Itata era uma terra dedicada às variedades País e Moscatel de Alexandria, que ainda são, de fato, as mais cultivadas.
A Cinsault, que é chamada na região pelo sinônimo Cargadora, chegou ao Vale do Itata por volta de 1940, e apresenta excelentes resultados desde então, oferecendo vinhos que, também produzidos por maceração carbônica, lembram o estilo fresco e frutado dos Beaujolais.
Mas a região tem atraído a atenção de enófilos não só pela qualidade dos seus vinhos, mas também pelo seu valor histórico, em si. No Vale do Itata encontram-se muitas das vinhas velhas do país, e é possível resgatar a herança de vinificação chilena.
Além disso, vale ressaltar que no Vale do Itata, o resgate de antigas tradições e o alinhamento com novas tendências andam juntos. Bons exemplos disso são a utilização de lagares de concreto, a colheita manual, e a produção de vinhos laranjas, com a Moscatel de Alexandria sendo fermentada junto com suas cascas.
Tudo isso tem colocado o Vale do Itata na rota de enoturismo do Chile. Essa não parece uma boa ideia, para umas férias?
Para encerrar, que tal ler um pouco mais sobre a variedade de uvas cultivadas no Chile, clicando aqui? Ou então, se quiser ler sobre o renascimento da Carmenère, no Chile, clique aqui.
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